quarta-feira, 18 de maio de 2016

E aí? Quem nasceu primeiro: a homossexualidade ou o cristianismo?

É evidente que desde os primórdios da existência humana, relações homossexuais existem. Mas desde quando isso tornou-se errado, constrangedor ou até mesmo pecaminoso? Em outros tempos, a homossexualidade era tida como um hábito natural, sendo que para determinados povos, este mesmo hábito era tido como uma iniciação para a vida adulta. Mas qual seria o motivo de tanta polêmica que gira em torno desse assunto? Assunto esse mesmo que era tratado como doença, com direito a código no C.I.D. (Código Internacional de Doenças), que trazia o termo homossexualismo como transtorno mental (C.I.D 10-F64).

Mas na verdade a homossexualidade não é algo recente, muito menos se trata de uma forma moderna de se levar a vida, ou seja, ela é tão antiga quanto a humanidade. A homossexualidade não é unanime do ser humano, sendo que este mesmo “comportamento” já foi constatado em diversos animais, e vem sendo estudado por diversos profissionais da área, como por exemplo, o biólogo Bruce Bagemihl, onde traz como prova vários comportamentos do mundo animal. Na realidade, sendo ou não um ato instintivo, estudos feitos revelam que por volta de dez mil anos atrás existiam práticas de rituais homossexuais. Estes mesmos rituais que foram relatados por Spencer (1999) comprovam que, o ritual era um símbolo de passagem onde jovens de certas tribos, eram penetrados por seus tios maternos, a fim de receber o seu esperma e passar da infância para a fase adulta.

Dando um salto na história, passaremos para a Antiga Grécia e Império Romano, onde as mulheres eram vistas como seres inferiores aos homens, servindo apenas como máquinas de reprodução e para afazeres domésticos, enquanto os homens reuniam-se para discursos intelectuais e culto ao belo, sendo dado neste momento resquícios de homossexualidade, já que esse culto era realizado em ginásios, onde os mais velhos ficavam a observar jovens que por sua vez sempre estavam nus. Entretanto, esta não era a única a única forma de contato homossexual. Segundo Maria Berenice Dias, ela diz em sua obra: 

“[...] existiam manifestações homossexuais nas representações teatrais, em que os papeis femininos eram representados por homens transvestidos de mulheres ou usando máscaras com feições femininas.“ (Direitos humanos e da homoafetividade, Dias, 2000, p. 24 e 25).

Na China também as relações homossexuais eram tratadas de formas naturais, sendo que partia de seu imperador para com seus súditos. Contudo, a relação que esses povos tinham foi desfeita com o surgimento do Cristianismo, que passou a condenar, qualquer tipo de relação que fosse estéril, como pecaminosa. Sendo que o comportamento homossexual era relacionado com o comportamento dos animais, que por eles eram considerados, impuros, imorais e irracionais.

Sendo assim, no século V que surgiram as primeiras leis de repressão a homossexualidade, que penalizava com castração e/ou queima na fogueira. Arthur Virmond de Lacerda Neto cita em sua obra A história da homossexualidade

“A igreja católica reprovava a homossexualidade como mais graves entre os adultérios e o incesto. Passou a reprová-la com maior intensidade no século XII, época em que S. Anselmo reputava-o tão difundido, que ninguém dele se envergonhava (ao mesmo tempo, notabilizou-se a paixão de Ricardo I, coração de Leão, da Inglaterra, por Felipe II, da França): Pelo concílio de Latrão (1179), padres homossexuais eram excomungados e confinados vitaliciamente.” (NETO, Arthur Virmond de Lacerda. História da Homossexualidade – Parte 1 e 2).

Portanto através dessa pequena linha do tempo que tracei, é possível se provar através de dados históricos que a homossexualidade, sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer religião ou quaisquer outros métodos de retaliação que exista.


A homossexualidade resiste!










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